Metade

     

    E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
    Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
    Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
    Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza.
    Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, mesmo que distante.
    Porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade.

    Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
    Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
    Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

    Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
    E que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
    Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

    Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
    Que o espelho reflicta em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
    Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
    Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.

    E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
    Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
    Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente
    Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
    Porque metade de mim é plateia e a outra metade, é canção.

    E que minha loucura seja perdoada.
    Porque metade de mim é amor e a outra metade… também…

    Oswaldo Montenegro

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12 comentários em “Metade”

  1. Gwendolyn Says:

    Lindo, lindo, lindo. Você é simplesmente genial em colocar não só o poema, mas a própria voz de Oswaldo Montenegro recitando-o. Está cada vez melhor vir aqui.

    beijos

    May

  2. Anonymous Says:

    Grande poeta e escritor ,esse Oswaldo Montenegro,parabens pelo texto que escolheste ,prova o teu bom gosto .
    Saudades ,aparece no meu flog .
    Beijo.
    Brazyluz


  3. “Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável”

    Oi Zé,
    Osvaldo é o meu preferido pela sensibilidade, pelo carisma, pela humildade. Conheci em um show anos atrás. Não é estrela. Senta-se ao teu lado como um igual. Grande pessoa.

    Botei teus links no meu blog, aparece lá.

    Beijos

  4. Anonymous Says:

    Deslumbrante ,ainda mas na voz insinuante de Oswaldo.
    Metades ,tão presentes em nós,mas a única coisa que é por inteiro o amor a tudo .
    Ligia


  5. Ola! José Marques

    Sucesso para o Blog !

    Meu nome é Mauro Burlamaqui Sampaio
    carioca residente em Portugal há mais de 20 anos .

    Só agora soube que oswaldo Montenegro estava a declamar o poema que é de minha autoria e que foi feito antes da minha vinda para Portugal .

    O poema está registado na Sociedade Portuguesa de Autores
    e o aasunto já esta a ser tratado pelas respectivas Instituições .

    Defino a situação com um frase popular genial dita por uma funcionária da Sociedade Brasileira de Autores ” Andaram a bater continéncia com o boné dos outros ”

    Alguns pormenores , estão no meu blog http://mauroburlamaquisampaio.blogspot.com

    Não posso ainda pormenorizar mais por estar em segredo de justiça .

    Parabéns pelo bolg e por ter postado e gostado do poema.

    Mauro Burlamaqui Sampaio

  6. Ithamar Says:

    Tenho acompanhado há algum tempo a polêmica em torno da autoria do poema Metade. Na condição de fã e conhecedor da obra de Oswaldo Montenegro, o resultado dessa discussão muito me interessa.
    >
    > Como até agora esse cidadão de nome Mauro Burlamaqui diz que é o verdadeiro autor, mas não mostra prova nenhuma disso e as outras pessoas dizem que a assessoria do Oswaldo não se manifestou, então resolvi ir atrás da resposta.
    >
    > Antes, gostaria de fazer uma breve apresentação. Sou ator, cantor e escritor. Além de fã do Oswaldo Montenegro, tive o privilégio de trabalhar com ele durante quatro anos ininterruptos e outras diversas participações em espetáculos aos longos dos anos. E tenho, até hoje, o privilégio maior ainda de ser seu amigo pessoal, da sua família e de Madalena Salles que, aliás, não é mais mulher do Oswaldo, como erradamente estão dizendo, há muitos e muitos anos. Portanto, o que declaro aqui não é fruto de especulação, nem de respostas de assessores ou empresários. Minha declaração é resultado de uma conversa com o próprio Oswaldo e com Madalena que, aliás, me autorizaram a revelar o papo aqui.
    >
    > Em primeiro lugar, o tal Mauro Burlamaqui já conversou com o pessoal do Oswaldo, como ele mesmo afirma. O que não foi dito é que ele mesmo já mudou o tom da acusação e aventou a possibilidade de ter se enganado. Disse que já faz tanto tempo que na verdade ele pode ter “escutado” o poema e se confundido, achando que foi ele quem criou. Como também sou escritor, acho praticamente impossível escutar alguma coisa e depois se confundir achando que eu escrevi aquilo, nem que se passem 100 anos. Mas, supondo que isso seja possível, e ele mesmo admite a hipótese, então já deveria ter escrito isso nos mesmos lugares onde escreveu que era o autor do poema.
    >
    > Em segundo lugar, ele diz que já abriu processo em Portugal, no Brasil e em sei lá mais onde. Porém, nem o Oswaldo, nem sua assessoria, nem seu advogado receberam qualquer notificação nesse sentido. Aliás, é o que eles estão esperando para apresentar as provas que mostram quem é o autor do poema. Apesar dele dizer o contrário, as provas existem. Além do LP Trilhas de 1977, eles possuem documentos anteriores a essa data que comprovam a autoria. E não adianta dizer que “eles não têm essas provas” simplesmente porque não mostraram a ele. Eles não têm que mostrar à ninguém, a não ser para a justiça se forem solicitados. Se o senhor Mauro não acredita que as provas existem, que os processe realmente. Não sei o que ainda está esperando.
    >
    > Em terceiro lugar ( e aí não é resultado da conversa, mas opinião pessoal ), não encontrei em nenhum lugar a obra do senhor Mauro. A não ser por outro poema intitulado “Encontro”, que aliás deixa muito a desejar se comparado ao METADE, não li mais nada da autoria desse cidadão que pudesse mostrar que ele, pelo menos, teria capacidade pra ter criado o poema. Em compensação, quem conhece a obra so Oswaldo Montenegro vai achar outras músicas e textos fantásticos, à altura de alguém que consegue criar algo como METADE. E se você não conhece a obra, uma pesquisada sem muito esforço na internet vai te mostrar um sem número de opções.
    >
    > Em quarto lugar, ainda no campo da opinião pessoal, eu adoraria saber quem são esses amigos cariocas que ele não ve há vinte anos, mas que vive escrevendo por aí que o estão apoiando e ajudando a provar sua acusação. Informe seus nomes, seus e-mails, peça para que se manifestem publicamente a seu favor atestando que a autoria do poema é seu.
    >
    > Por fim, minha opinião é que esse senhor vislumbrou uma oportunidade de aparecer e agora, mesmo não conseguindo comprovar a afirmação que fez, ainda continua a espalhar essa conversa por aí. Infelizmente a internet não vive só de vantagens e boas coisas. Ela proporciona que o nome de um artista consagrado seja manchado dessa forma por pessoas que se escondem atrás de um blog, que lançam acusações, causam um tumulto e fica tudo por isso mesmo.
    >
    > Queria deixar um conselho ao senhor Mauro. Processe o Oswaldo Montenegro. Busque seus direitos. Eu já tive problemas de autoria e, em todas as vezes, ganhei na justiça o que me era de direito. Precisei única e exclusivamente provar o que eu estava dizendo. Se o senhor tem provas, faça isso.
    >
    > E aos outros que estão acompanhando essa polêmica, sugiro que entrem no site do Oswaldo http://www.oswaldomontenegro.com.br e solicitem uma posição. Tenho certeza que serão atendidos e receberão as devidas explicações.
    >
    > Ithamar Lembo”

    • Cláudia França Says:

      Caro Itahamar,

      achei esta p´gina por ver várias citações ( na internet) de autorias diferentes: Ferreira Goulart, paulo Leminsk e outros, como o caso do cara aí de cima..rsrsrsr

      Fico feliz em ter a confirmação que é de autoria do Oswaldo, mas preciso apnes de um favor, pois vou usar este poema em palestras que dou em escolas públicas sobre cidadanis, preciso, se vc puder o registro (n0) para que eu paqgue o ecad, pelo que pesquisei o texto (mesmo gravado pelo Oswaldo)não é registrado como musica.

      Então eu me pergunto: como vou pagar direitos autorais?

      Grata

  7. Mauro Says:

    Cara! vc é mesmo louco! está tentando aparecer da maneira errada.. o Oswaldo certamente não precisa e nem merece esse tipo de ataque.
    O que vc quer? um disco Trilhas pra sua coleção?
    Ou talvez vc seja gay e queira uma proximidade com o cara né?
    Vai se tratar…
    Vai te catar…

  8. Romao Says:

    Fenomenal…. brilhante este poema de O Montenegro. Confesso que qdo escutei pela primeira vez…. qdo ele diz: porque metade de mim e amor e a outra metade…. tambem, havia pensado que iria dizer que a outra metade seria odio, ou algo parecido….

  9. sidnei Says:

    espero q goste

  10. Helô Says:

    também gostaria de saber exatamente o autor da poesia Metade, pois eventualmente refiro-me a ela em minhas aulas e palestras. Entrei em alguns sites e um deles diz que este poema é de autoria de Ferreira Gullar. Fiquei muito triste, pois desde há muito tempo acreditava que era de autoria de Oswaldo!!

    abaixo o link e o que diz no topo do poema…

    Tópico METADE – Poema de Ferreira Gullar – cantado por Oswaldo Montenegro
    Esta é um tópico sobre METADE – Poema de Ferreira Gullar – cantado por Oswaldo Montenegro na secção Assuntos Gerais, do Forum Team 4Reackt V.2 — Conteúdo do Tópico: ; Metade

    http://www.4reackt.com/assuntos-gerais/4083-metade-poema-de-ferreira-gullar-cantado-por-oswaldo-montenegro.html


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